segunda-feira, 26 de julho de 2010

A existência com o devido valor

Provavelmente você já viu pessoas reclamarem da sua vida temporária, então vamos partir do extremo oposto, a valorização de "poder existir" além do tempo.

Por quê esta valorização? Pelo que é entendido, não podemos deixar de existir uma vez que existimos; Então, se a cada dia for dado valor como sendo um dia em que poderá realmente perceber o mundo da sua própria maneira singular e mais pura possível, sem prestar atenção a outros pontos de vista externos, poderá realmente compreender que há uma grande alegria em existir por si só, e as manifestações ao redor são apenas as peças que constituem algo que precisa aprender e que ainda não aprendeu, ou que possibilitam uma nova perspectiva a adicionar ao seu entendimento do mundo.

Prestar máxima atenção a cada evento pode ser um ato de gratidão à existência exercendo sua possibilidade de entender o mundo.

A meditação pode ser considerada um ato de homenagem à existência.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O mundo aparente

(Atenção, está ciente de que se continuar a ler sua visão de mundo poderá ficar diferente)




Há um tempo vi uma imagem chocante, de uma mulher que teve a sua face arrancada do rosto por alguma causa. Depois ela teve um rosto transplantado no lugar do antigo, então cobriu novamente seus músculos e ossos descobertos.

É incrível pensar que se os átomos fossem translucentes tudo seria mais baseado na percepção do tato do que da visão. Porém, se somente alguns grupos de átomos da pele humana fossem semi-transparentes, acabaríamos vendo através da pele e alguns tecidos, o que mudaria provavelmente a percepção de beleza.

Aparentemente o homem teme quando vê suas entranhas expostas, provavelmente porque remete a uma imagem de que a morte está próxima ou relembra o destino fatídico que aguarda o corpo passageiro.

Mas felizmente a natureza nos presenteou com a pele para cobrir a funcionalidade da maravilhosa mecânica natural e suas cores sensacionalistas, deixando a percepção visual da criatura mais tolerável para si e para todos, e até insinuando a possibilidade de beleza em alguns casos.


Indo mais além...

Voltemos à aparência. O que a compõe?

Elétrons. Sim, toda a percepção física sensorial básica humana se limita à camada eletrônica dos átomos que compõem o sistema de percepção.

Ouviste falar de superficialidade? Então provavelmente está se referindo de alguma maneira à superfície do átomo, em algum aspecto à casca ilusória.

Exemplos: A visão é a recepção do reflexo de luz nos elétrons de toda superfície visível, o tato é o mútuo contato entre camadas de elétrons de estruturas semelhantes ou diferentes percebidos pela derivação nervosa.


O sabor aprisionante

As pessoas que se alimentam com foco somente no paladar são pessoas iludidas, sendo que qualquer sofrimento animal no processo de alimentação humana poderia ser evitado ao entender que o gosto é simplesmente um composto de elétrons a serem percebidos e o que muitas vezes impulsiona o homem à degustação impensada de cadáveres ou restos de animais é alguma substância viciante ou estimulante na mesma, sendo que isso burla a razão da mente enfraquecida pelo vício, ocasionando o sofrimento na pobre alma da criatura manipulada.

Então vem a pergunta: Tudo que você viveu nestes níveis sensoriais até hoje foi apenas um truque da sua percepção mental?

Infelizmente o homem (em maioria) limita sua experiência às percepções fúteis e não sente nem amor e nem propósito bom ou verdadeiro em sua experiência de vida perante a natureza e os seres, ao colocar sua energia e foco no que é falso, ou superficial. Ironicamente, estar inconsciente e vagar neste mundo é um sinal de algo meio-morto, e o que o meio-morto teme é o dia de ser oficialmente enterrado.


A crítica do culto à aparência

Algumas pessoas usam muito dinheiro para deixar sua aparência mais tolerável para si próprios ou para prolongar a vida vazia que levam.

Então esta vontade de prolongar artificialmente tal experiência ou aparência fútil (ou social fútil) além do necessário pode ser sinal, ou até prova, de que estamos entre os meio-mortos; aqueles que se arrastam sobrevivendo no mundo de uma maneira incoerente e sem propósito.


O aprendizado só acontece quando o homem percebe a causa dos erros, e ele precisa pensar nisto para perceber se erra ou não.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A forma das coisas



No começo...

Cores, formas, coisas que encantam desde criança. E tente achar uma criança sequer que não goste de brinquedos de cores vívidas, que chamam a atenção, de formas que captam os olhos grandes; e quando a criança cresce fica tudo aparentemente mais refinado e complexo, não aceitam mais grandes blocos de plástico de montar, a não ser que esse bloco tenha navegação por satélite e ande por aí com rodas, então novamente enchem os olhos quando revisitam na memória o deus bloco de plástico (mas talvez agora seja mais brilhante e de metal)!



Atenção: O resto do artigo pode ferir sentimentos de posse!



As coisas como elas são

Um apoiador de panela, um bicho de pelúcia, um carro, um tapete, uma casa...

O que tudo isso tem em comum?

São coisas construídas, cada uma tem um tipo de material, umas são feitas de pano, outras de espuma, outras de concreto... E esses materiais também são feitos de outras coisas! O concreto é areia, água, cal... a espuma é uma reação química líquida espumante que expande e fica sólida... e o pano é feito de algum tipo de tecido, que pode vir de um vegetal, de um animal ou até de um inseto!

Mas o que é que tudo isso tem em comum??

Aqueles objetos não seriam produzidos se não houvesse alguém pensando neles, muitos deles não existiriam naturalmente, ou seriam muito mais precários e menos atrativos.

Então as pessoas brincam com as formas para que fiquem cada vez mais agradáveis, e isso é previsível... porém as coisas anteriores pareceriam menos agradáveis (e talvez seriam) conforme são ultrapassadas em tipo e processos, visto os telefones de poucos anos atrás que repentinamente se tornaram dinossauros.

Pode perceber que tudo que tem uma evolução técnica muito crescente e rápida, e de giro de caixa rápido, envelhece rápido.

Então imagine só o que estiver mais avançado agora... como se já estivesse velho! É realmente necessário e saudável atualizar as coisas comprando novas se elas ainda funcionam bem ou não têm sua funcionalidade tão afetada?

Exemplo: Pessoas trabalham anos a fio para ter um automóvel, e depois mais anos a fio para mantê-lo. Depois de alguns anos tentam juntar mais capital para trocar de automóvel e recomeçar. Não sei se algum objeto pode teoricamente escravizar uma pessoa, mas, se observarmos bem no olhar empírico, muitos objetos como telefones inocentemente o fazem e até são deificados pelo seu fiel escravo... digo, dono/proprietário!



As formas

Tudo que é conhecido ganha forma e se torna visto como bonito ou feio, fantástico ou ridículo, exagerado ou básico de acordo com a quantidade de material e do jeito que é colocado no espaço (no primeiro momento).

Porém aparece a percepção pessoal, uma pessoa acha exagerado, outra exageraria mais.

Então, na realidade inventada (que é a visão daquilo que é criado) o artesão que quer ser bem visto e bem remunerado busca uma arte mediana e busca ser popular, mas será isso bom?

Algumas empresas apelam para a tradição de suas marcas para burlar o bom senso da população, afinal, a população é em grande parte apenas usuária e não conhece a qualidade das coisas e se identificam tanto com acertos como com erros, ou com uma média aceitável dos dois.

E como alguém pode acertar muito se gosta de errar? É uma condenação.



Um pouco além na arte

Quando se aprende algo com um artesão e é um novato, muitas vezes será chamada a atenção para a execução, no caso uma reprodução ou réplica de um trabalho bem feito, como todos normalmente começam quando estudam seriamente alguma forma de arte.

Isso tem um fundamento, pois é mais fácil de perceber os erros quando se tem algo para comparar gradualmente, sendo que a manufatura de um original seria um pouco inqualificável em termos artísticos, ou teria uma crítica de valor duvidoso da parte do tutor.

Porém muitas vezes o "defeito" causado na arte é um reflexo da pessoa naquele momento, então uma correção temporária apenas na forma ajudaria a corrigir o estado emocional ou psicológico da pessoa, ou até falta de habilidade motora na próxima obra?

Concordo que é necessária uma guiança básica quanto aos processos artísticos no começo, mas a originalidade depois de certo ponto pode acabar sendo sufocada pela padronização do resultado exigido (sendo que cada pessoa é uma caixa de recursos), então seria proveitoso extrair o máximo de bons elementos da caixa e depois trabalhar os outros, ao invés de apenas tentar enchê-la de técnicas estabelecidas.


De ars abstracta

Todo júbilo e toda tristeza no mundo dependem da qualidade da idéia e da conseqüência do fenômeno de uma idéia original.